segunda-feira, 24 de outubro de 2011

um, dois, três, cidadãos...

O termo cidadania tem origem etimológica no latim civitas, que significa "cidade".Hoje, tornou-se costume o emprego da palavra cidadania para referir-se a direitos humanos, ou direitos do consumidor e usa-se o termo cidadão para dirigir-se a um indivíduo qualquer.a mistura de significados faz sentido,uma vez que a história da cidadania se confunde com a história dos direitos humanos, existe um relacionamento entre cidadania e luta por justiça. O estudo clássico de T.H. Marshall, descreve a extensão dos direitos civis, políticos e sociais para toda a população de uma nação,no Brasil, a trajetória dos direitos seguiu lógica inversa daquela descrita por T.H. Marshall, primeiro vieram os direitos sociais, depois os direitos políticos.Os movimentos sociais e a efetiva participação da população em geral foram fundamentais para que houvesse uma ampliação significativa dos direitos políticos, sociais e civis. Sendo, Civis: direitos inerentes à liberdade individual, Políticos: direito de participação no exercício do poder político, Sociais: conjunto de direitos relativos ao bem-estar econômico e social.

Seis estudantes, selecionados para discursar em nome de cada escola, tiraram dúvidas a respeito de impostos no contexto social (MAURI MELO)

O grito de “bom dia!”, entoado pelo coro de 250 crianças no auditório da Câmara Municipal de Fortaleza, fez-se ouvir de longe. A atmosfera de formalidade das audiências parlamentares deu vez ao clima animado de estudantes curiosos com a faixa etária entre 9 e 12 anos, de seis escolas municipais, cada qual representando uma Regional.

O evento, realizado ontem e organizado pela Secretaria de Finanças de Fortaleza, visa a incentivar o ensinamento a respeito da educação fiscal nas escolas. A iniciativa é parte integrante do projeto 5º Prêmio Sefin. Neste ano, a Secretaria de Finanças reservou investimento de
R$ 1 milhão para o Programa Educação Fiscal.

A Câmara abriu espaço para que seis estudantes, selecionados para discursar em nome de cada escola, tirassem dúvidas a respeito de impostos no contexto social. Ao final do evento, as 250 crianças receberam kits compostos por um jogo de tabuleiro, criado por Cliff Vilar, da Fundação Demócrito Rocha (FDR), além de um jogo de memória e grupo de fantoches. De acordo com o secretário de Finanças, Alexandre Cialdini, até quarta-feira, 25, todas as 347 escolas municipais de Fortaleza receberão os kits.

O secretário lembrou que a educação fiscal como matéria transversal nas escolas já é lei integrante do Programa de Educação Fiscal de Fortaleza (PEF). Para a técnica em educação da Secretaria Municipal de Educação (SME), Núbia Araújo, “é um desafio a mais para o professor incorporar essa mensagem de educação fiscal dentro da compreensão da educação no seu contexto diário”.

De acordo com Cliff Vilar, “falar de educação é falar de criança. A ideia de usar o jogo para tratar de um assunto como educação fiscal é poder falar de forma acessível, para que a criança receba a informação sisuda em forma de grande brincadeira”.

Na Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental (EMEIF), Maria Dolores Petrola de Melo Jorge, localizada no Grande Bom Jardim, a vice-diretora Valdenísia Dias aponta formas de colocar em prática a educação fiscal nas salas de aula. Ela conta que, após o evento, iria convidar os alunos da escola que estiveram presentes na Câmara para repassar o aprendizado aos colegas. “Vamos pensar em atividades para que o aluno vire professor nas outras turmas”.

O pedagogo e vice-diretor da EMEIF Sinó Pinheiro, Marcos Antônio, destaca a importância do evento para que os estudantes despertem a vontade por entender os problemas financeiros do dia a dia. “Quando eu era criança, não sabia bem o que fazia um vereador, o papel deles”, especula.
Juliana Diógenes


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